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sábado, 4 de junho de 2011

X-Men: Primeira Classe - Crítica

“Mutante com orgulho.”


Após a ótima trilogia inicial (o terceiro é bom, mesmo com alguns vacilos) e um péssimo e vergonhoso Wolverine: Origens, é notável que a crença em torno dessa pré-continuação não fosse uma das melhores. Muita gente não apostava nesse novo filme, nesse prequel mostrando eventos anteriores à trilogia. Mas aí que reside a força do filme.

A trama começa na década de 40, com um jovem Erik Lehnsherr (o Magneto) no campo de concentração nazista, quando ele é pego por Sebastian Shaw (Kevin Bacon) por conta de seus poderes. Anos depois, já na década de 60, Erik é um homem rancoroso que só tem como objetivo perseguir Shaw e matá-lo. Nesse contexto, ele acaba encontrando outro mutante: Charles Xavier (James McAvoy). Juntos, eles são recrutados por uma agente da CIA para tentar impedir Shaw, que tem planos de iniciar uma crise entre os Estados Unidos e a União Soviética.


O roteiro, escrito por Zack Stentz e Ashley Miller, se utiliza de um pano de fundo real para moldar uma história cativante, com mutantes, mas ainda assim real. Desde o primeiro instante, é crível que possam existir seres com poderes sobre humanos convivendo num mundo real. Além disso, o filme, mesmo tendo cenas de ação (que falarei logo abaixo), se foca mais nos personagens, na construção desses. É isso gera um envolvimento ímpar por parte do espectador: cada personagem é bem construído e faz com que você se importe com ele (não todos, diga-se de passagem).

A principal voga do filme fica por conta da aceitação e do preconceito, temas tão presentes, não só na trilogia, como também nos próprios quadrinhos dos X-Men. Sempre há um diálogo, paira no ar que eles são uma pária, são seres excluídos de uma sociedade preconceituosa. E esse tema fica escancarado na personagem da Mística (Jennifer Lawrence). A própria mulher, sabendo como é a sociedade, se esconde numa aparência dita como aceitável, ao invés de se mostrar na real forma. Ela é alguém que não é por preconceito de todos, e de certa forma, dela mesma.


O personagem Xavier é interpretado por James McAvoy como um jovem com prazer pela vida, alegre, divertido e que faz gracejos para mulheres. Essa total diferença para o futuro sério e compenetrado Professor X gera, a uma primeira vista, uma graça ao personagem. Graça que, ao longo da trama, se torna carisma pelo personagem, muito bem interpretado por McAvoy.

Do outro lado da moeda, encontra-se Erik. Michael Fassbender tinha em suas mãos a árdua tarefa de viver um personagem complexo e querido pelos fãs, anteriormente interpretado magnificamente por Sir Ian McKellen. E ele não faz feio, muito pelo contrário. O ator entrega um jovem Magneto obcecado pelo ódio, mas em momento algum você o transforma em vilão. Suas atitudes podem parecer más, mas como condená-las quando você entende o motivo de tamanha raiva? A complexidade do personagem é imensa. Tendo vivido na pele o preconceito do Holocausto, essas experiências moldam o caráter do personagem de uma maneira que o faz se tornar cada vez mais frio com a humanidade.


E esse contraponto entre os personagens de Erik e Xavier enriquece ainda mais a trama. Você entende o lado de cada um, entende os argumentos que eles apresentam. Mas não consegue tomar partido de nenhum dos lados. A amizade dos dois é construída de uma forma tão boa, que eventos posteriores dos outros filmes se tornam mais brilhantes ainda devido a essa amizade anterior. Até a personalidade deles sempre entram em atrito devido ao que ambos passaram pela vida: a alegria e paixão do rosto de Xavier sempre contrastam com a fúria e amargura da face de Erik.

Mesmo com dois personagens tão bem desenvolvidos, cada qual com seu lado, o filme precisa de um vilão. E aqui coube a Kevin Bacon entregar um Sebastian Shaw, um vilão excêntrico e cheio de personalidade. Pelos olhares, pelas faces do personagem, você sabe o quão perigoso ele é e quão ardiloso ele pode ser. Sensacional atuação de Bacon.


Responsável por Kick-Ass e Stardust, o diretor Matthew Vaughn dirige com maestria esse prequel. Ele utiliza planos que contrastam (a cena inicial de Erik com Shaw, que ao começo parece normal, se torna mais crítica do que parece por uma simples troca de visão), planos curiosos (Erik e o banqueiro), planos que remetem diretamente ao formato dos quadrinhos (a divisão da tela durante os treinamentos) e um movimento de câmera com uma moeda que demonstra, além do sofrimento, a clara ruptura de qualquer laço entre dois personagens, que cada um seguirá um caminho.

A ação do filme é dosada. Não há aquela urgência de ter em tela personagens super poderosos trocando socos e esferas de energia. Mas quando essas cenas aparecem, elas são extremamente competentes e empolgantes, como o caso do terceiro ato, com a crise e tensão em cena. Mas ainda nesses momentos, os diálogos se tornam mais prazerosos que a ação.


Ainda há tempo para um humor descontraído e sem parecer forçado, que fica à cargo dos mutantes novatos, sempre com alguma piada na ponta da língua. Todos os novatos têm seu tempo em tela, tem seu desenvolvimento, tirando alguns (e um que não precisa estar lá).

X-Men: Primeira Classe é um grande filme de super-heróis. Deixa o universo mutante mais rico e vasto, tem ação no momento certo, humor sem excesso e uma trilha sonora que completa o filme. Com o foco claro nos personagens, o filme resgata com maestria conceitos do próprio quadrinho e entrega um produto acima do esperado.


“Peace was never na option.”


X-Men: First Class, Ação/Aventura, EUA 2011. Direção: Matthew Vaughn. Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Kevin Bacon, Rose Byrne, Jennifer Lawrence, Beth Goddard, Morgan Lily, Oliver Platt, Álex González, Jason Flemyng, Zoë Kravitz, January Jones, Nicholas Hoult, Caleb Landry Jones, Edi Gathegi, Corey Johnson, Lucas Till, Laurence Belcher, Bill Milner.

19 comentários:

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Tenho um certo preconceito com filmes que contam 'a história antes da história', talvez pelo fato de já ter me frustrado com outros que seguiam essa vertente.

Mas sou fã de X-Men e, apesar de ainda não ter assistido esse, acredito no potencial do filme e na força da história. Estou curiosa para assistir!

Todas as críticas que li são favoráveis, assim como as imagens e trailers que apontam para uma produção de qualidade. Você também não deixou a desejar: excelente artigo!

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

Cara esse filme é um dos quais estou maluco para assistir, a forma como vocês expõem o filme para o leitor é muito incrível também, pra mim X-Men é um das melhores series e esse filme em especial será um do melhores xD.




http://tvwhitefox.blogspot.com/

Fiquei com vontade de ver o filme só com a sua descrição.
Sucesso!

O seu texto está muito bem escrito e interessante, me deixou com mais vontade ainda de ver o filme que, infelizmente, não conseguir ver nem ontem e nem hoje. Já esperava algo bom pro causa da direção e também pela escolha de McAvoy. Ele é muito bom mesmo, um ótimo ator.

deu até vontade de assistir o filme agora .

se puder passa lá
http://pensamentoscontextualizados.blogspot.com/

vi o filme hoje, não gostei muito. Os poderes são desinteressantes, a ação não prende os olhos na tela, a reflexão sobre os temas é meio batida/melosa, a mudança de caráter de certos personagens é mal explicada. Deixou muito a desejar e ficou aquela sensação 'nossa, acabou já?' não chegou ao clímax

ótima critica e avaliação
assisti o filme hj e adorei mto
qualquer pessoa
fã ou nao da saga vai gostar
novamente elogio sua avaliação
obrigado

Vi o filme ontm, e a crítica está perfeita...
Toda a descrição está correta do inicio ao fim, gostei d+ do filme!

Eu vi esse filme.. É realmente muito bom! Tanto nos efeitos especiais quanto na história.
Nota 10

Achar q a Trilogia em geral foi boa, é no mínimo uma ofensa aos fãs de HQ. Cresci lendo e relendo X-Men, Homem Aranha, Super Man e todos os filmes foram grandes decepções.
O único que se preocupou com os gibis, talvez, tenha sido Wolverine e mesmo assim não achei grande coisa.
Sinceramente tenho a nítida impressão de que este First Class será um grande FAIL.

Mas vamos ver no que vai dar!!

Assisti o filme e não achei grande coisa. Sem falar que misturaram os personagens da primeira classe com personagens que só apareceram muito mais a frente nos quadrinhos, por exemplo Alex Summers. u_u

Para quem sempre acompanhou os gibis e desenhos antigos, esses filmes são uma afronta a verdadeira estória. Se querem conhecer a verdadeira estória já sabem o q fazer e não ver esses filmes na qual os personagens interpretados simplesmente são totalmente aquem de suas personalidades. Lamentável

Não concordo com a avaliação.

Achei Wolverine muito melhor que First Class.

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

Samuel, removi seu comentário por conta do spoiler :)

Abraço.

Affz... falar que Wolverine Origens foi vergonhoso, já tirou toda sua credibilidade, não queria de jeito nenhum ver esse filme li esse post para ve se animo, mas só de ver que foi comentando com o ínicio de Wolverine Origens ser vergonhoso, perdeu toda credibilidade, agora que não vejo msm

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