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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Coluna Livrística II: Alta Fidelidade

Sabe qual é a pior coisa de sermos rejeitados? A falta de controle. Se eu pudesse controlar o quando e o como, ao ser chutado por alguém, então a coisa não pareceria tão ruim.
Rob não admite que seja um babaca. Ao contar seus (cinco) piores términos, ele pensa que tem válidos argumentos para ou terminar ou continuar remoendo o acontecido, nunca admitindo que talvez quem pudesse estar errado era ele. Mas ao longo da história, ele acaba percebendo (já que muitas pessoas dizem isso) que ele é, na verdade, um babaca. O início da história se passa quando sua ex-atual-namorada Laura, termina com ele e para mostrar que não está nem um pouco abalado, ele enumera as cinco garotas que pior quebraram seu coração. Aliás, ele faz isso o tempo todo: listas de cinco melhores bandas, filmes, músicas número um do lado A do disco. Quando Laura termina com ele, imediatamente ele a quer de volta e admite que só deseja isso exatamente porque ela não o quer mais. Babaca. (verdadeiro, mas babaca).
E o caralho... quando é que esse negócio todo vai parar, caralho? Eu vou ficar pulando de galho em galho para o resto da vida até que não haja mais galho pra pular? (...) Venho pensando com a virilha desde que fiz catorze anos, e para falar com franqueza, cheguei à conclusão de que minha virilha tem merda na cabeça.
Alta Fidelidade é narrada bem antes da época do computador, sites, downloads e pasme, vídeos online. As pessoas gravavam fitas umas pras outras e a sua música favorita ou estava em um disco ou tocava nos rádios. Tempos de ouro. Rob tem uma loja de discos, meio underground, nada famosa e que vende clássicos. Com poucos frequentadores, ele leva a vida assim, até perceber que é uma merda, que seu negócio é praticamente falido e que ele nunca quis abrir uma loja de discos. Ele tem dois amigos, Barry e Dick e os três vivem mais ou menos nesse mundo à parte, onde julgam uns aos outros pelas músicas preferidas e não se levam muito a sério.
Um livro feito por um homem para homens. Com muitas piadas inglesas e que, mesmo traduzidas do melhor jeito ficam ainda sem muita liga, como por exemplo:
“- Você tem soul? – pergunta uma mulher na tarde seguinte. Isso depende, eu tenho vontade de dizer, alguns dias sim, alguns dias não.” (Limita quem lê, já que tem que saber inglês, sarcasmo e autopiedade, tudo numa piada só).
É bem verdadeiro a respeito de relacionamentos e pessoas, meio que 500 dias com Ela. Sem muita frescurite e muita entoação de oh, o amor. Rob reclama o tempo todo, mesmo quando as coisas estão indo bem. O que mostra que, visto de fora, a situação de uma pessoa pode estar ótima e ela não percebe ou aprecia isso, achando que sempre precisa melhorar. Um livro sincero em sua ideia e bem praticável na realidade.
Alta Fidelidade, escrito por Nick Hornby, foi transformado em filme, em 2000 (com Jack Black como Barry)
Obs: o capítulo 34 é muito bom.
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