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segunda-feira, 30 de maio de 2011

O Poder e a Lei - Crítica

"Quer ver um filme?”


O glamour e a graça de Los Angeles ficam para trás. O Poder e a Lei deixa isso de lado para mostrar um drama policial elegante, cru e com um bom roteiro que não tenta extrapolar a inteligência do espectador.

Matthew McCounaughey é Mick Haller, um advogado que tem uma ética questionável entre seus colegas de profissão. Ganhando a vida defendendo qualquer criminoso que surge, ele ganha a sorte grande quando um caso envolvendo um playboy cai em suas mãos. Porém, nada é o que parece quando o caso se mostra muito mais intrigante e perigoso do que parece.


Antes de ser um filme policial, é um filme focado no personagem principal. Ao longo da história, acompanhamos um Mick de caráter duvidoso sendo cada vez mais envolvido numa trama que o engole, e o espectador vai percebendo como o personagem fica acabado, as crescentes olheiras em seus olhos, o cabelo desarrumado. Matthew McCounaughey, o eterno garotão, consegue entregar uma de suas melhores atuações. Tendo como contraponto um garoto, o ator consegue transparecer profissionalismo num personagem que exige tal coisa dele.

Além de Matthew, o conjunto de personagens secundários apenas faz crescer o nível da trama. Marisa Tomei, como uma defensora pública que tem uma filha com o personagem principal, contribui nas cenas em que aparece junto com Matthew. E é possível entender o porquê deles não terem dado certo apenas por um dialogo, sem parecer banal. William H. Macy está excelente como o investigador amigo de Mick, mesmo aparecendo pouco em cena. O único deslize, mas que no final não estraga a experiência, é Ryan Phillipe como o playboy. Sendo o contraponto de Matthew, o personagem não gera o esperado no espectador, sempre oscilando entre o marasmo.

O diretor se utiliza constantemente de planos fechados, sempre focando nos personagens. Esse recurso, utilizado à exaustão ao longo do filme por Brad Furman, está lá para passar sempre a mesma sensação:  de que a tensão sempre está presente, nunca tendo um espaço, uma brecha para respirar e aguardar o próximo passo. O suspense constante, sempre com conversas bem próximas, cochichos no ouvido, dá um tom cada vez mais tenso ao filme. E isso apenas contribuiu para uma melhor experiência. Além dos planos, Brad também se utiliza do zoom para ressaltar ainda mais a tensão.


Mas o ponto alto do filme deveria ser o tribunal, com o réu, os jurados e tudo mais que compõem o fato de querermos descobrir quem é o culpado. Mas aí que o foco muda, pois uma reviravolta antes do tribunal tira a tensão de descobrir o culpado e o foco passa a ser outro elemento. É competente, funciona muito bem, mas lembra de que o importante ali não é a ação do tribunal, mas sim o personagem principal.

Adaptado de um best seller homônimo, O Poder e a Lei têm uma trilha sonora que remete aos anos 70 e uma montagem que deixa a história mais ágil e instigante, sempre levando a trama mais e mais pra frente, deixando o cada vez melhor. Mesmo com alguns deslizes aqui e acolá, como o ator Ryan Phillipe e uma reviravolta um tanto quanto desnecessária próxima ao final.


“I try survived.”


The Lincoln Lawyer, policial, EUA 2011. Direção: Brad Furman. Elenco: Matthew McConaughey, Marisa Tomei, John Leguizamo, Ryan Phillippe, William H. Marcy, Josh Lucas, Shea Whigham, Margarita Levieva, Michael Peña, Frances Fisher, Bryan Cranston.

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