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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Namorados para Sempre - Crítica

“Não somos mais bons juntos.”


Blue Valentine chega ao Brasil como Namorados para Sempre. E ainda mais na semana do Dia dos Namorados. Com um titulo bem equivocado, o filme não se trata sobre um casal feliz para sempre, mas sim sobre um fim conturbado de um relacionamento degastado.

Cindy e Dean estão casados há quase seis anos. Essa também é a idade de Frankie, a filha deles. O problema é que o relacionamento é que o relacionamento para Cindy está desgastado, acabado. Ela não consegue mais sentir algo por Dean, o qual ainda se encontra apaixonado pela esposa e tentando fazer com que eles se reaproximem. Numa dessas tentativas, ele a leva para um motel para que eles se aproximem de novo. E enquanto isso vai acontecendo, o expectador vai acompanhando o outro lado da moeda, quando eles se conheceram, como se apaixonaram.


O roteiro do filme chega a ser desconfortável de tão real que é. Não espere uma história de amor glamorosa, digna de filmes que você não vai encontrar. Aqui você receberá a crua e na maioria das vezes, realidade que circunda. Terão brigas, discussões, sexo, mais discussões, clínica de aborto. É um filme pesado.

A trama toda se baseia simplesmente no casal de protagonistas, interpretados por Michelle Wiliams e Ryan Gosling. Ambos estão sensacionais, nos dois momentos de cada. Michelle como uma jovem Cindy e o oposto dela, uma fria e sem vontade de nada. Ryan, por sua vez, como um jovem alegre e feliz para um Dean mais velho, menos feliz, mas ainda assim, que ama tanto sua esposa quanto antes. Ambos estão fantásticos.

Mesmo que seja um filme que te deixe desconfortável e triste com o final, é um filme que levanta certos pensamentos, como a busca da pessoa ideal, do que realmente vale a pena num relacionamento, se deve considerar manter um relacionamento quando a maioria dos sentimentos se extinguiu. É o retrato mais atual e realista de um relacionamento que está para se ruir.


Em certo momento do filme, Dean levanta uma teoria que, se pararmos para pensar, ela talvez se torne bem real. Homens são mais românticos que mulheres. Ele argumenta que mulheres vivem esperando o homem perfeito, o príncipe encantado, mas quando encontram um cara bacana com um bom emprego, elas casam. Enquanto que os homens passam a vida toda esperando pela garota que faz com que pensem “se não me casar com ela, sou idiota.” Esse argumento, dito como se fosse algo casual, começa a ganhar força e ficar mais plausível durante o filme, quando Cindy fica descontente que Dean tenha desistido de almejar algo melhor para sua vida, que ele está acomodado (sem um bom emprego), enquanto que ele está feliz só pelo fato de estar com ela.

O único problema do filme é que ele se torna lento e arrastado em certos momentos. Ele já é um filme longo, com quase duas horas. Mas o problema é que essa lentidão dele faz com que ele pareça que dure muito mais. Mas isso deixa de ser um problema quando começa a mostrar que o relacionamento se tornou aquilo: algo lento e arrastado. Um relacionamento que parece não ter fim.


A câmera também é usada para demonstrar como a situação do casal anda conturbada. No começo do relacionamento, com planos mais abertos e com filtros claros e quentes, mostra como o relacionamento novo deles é algo prazeroso, algo aconchegante. Quando o amor acaba e a situação fica desgastada, ganha destaque os planos mais fechados, os closes e os filtros mais escuros e frios. Essa mudança de plano causa um sufocamento no espectador, para deixar o ambiente insuportável, assim como a vida e o relacionamento deles: algo sem espaço para algo novo e que é sufocante.

Namorados para Sempre é um drama pessimista e depressivo. Não que seja ruim, longe disso. O filme é cru e realista, mas foge da proposta de ser sobre aceitação sobre um fim de relacionamento para dar lugar ao medo de tentar. É real? É. Mas é bem depressivo.


“Can you dance?”


Blue Valentine, Drama, EUA 2011. Direção: Derek Cianfrance. Elenco: Michelle Williams, Ryan Gosling, Marshall Johnson, John Doman, Mike Vogel, Jen Jones, Ben Shenkman, Faith Wladyka.

1 comentários:

Um ótimo filme gostei bastante, quem assistiu se decepcionou por estarem acostumados a finais felizes porem adorei!

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