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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Coluna Livrística: Lolita

Não é para se ler em questão de dias. Apesar de serem inocentes 300 e tantas páginas, Lolita não é daquele tipo de livro que acontece “isso, isso e isso! Nossa, olha o que ele vai fazer agora!”. É um livro que beira a linearidade monótona. O narrador é um maestro regendo tudo o que quer contar, se ele quiser contar e como ele vai contar. Há, em muitos trechos, uma conversa com o leitor, como se ele estivesse apenas se explicando: de réu para júri. A manipulação dos fatos é bem sutil. Assim como as deixas para o que vai acontecer em seguida. A relação tempo/espaço não é tão metódica, talvez para o leitor pender para o lado do acusado, do culpado e do não arrependido Humbert.

Vindo de alta classe média de Paris, Humbert nasceu em 1910 e teve uma infância até comum. Foi quando, no início de sua adolescência, acaba apaixonando-se por uma garota, Annabel, sua primeira ninfeta. Com a descoberta de seu primeiro amor e outras coisas (e a trágica morte da menina), Humbert passa longos anos de uma vida longe de ser notável. Dono de alta moral e bons costumes, Humbert reprime severamente sua ânsia e desejo que não admite por ninfetas: garotas, com seu máximo de quatorze anos, puras, únicas e uma tentação vinda do inferno.

Toda essa repressão acaba voltando-se para uma única garota: Dolores Haze, sua Lolita. Hospedado na casa da mãe dela, Humbert rapidamente se torna alvo fácil da obsessão pela menina. Lolita é descrita como uma garota difícil, teimosa, rabugenta, mimada e mandona, além de ser extremamente porca, mesmo que nada disso importe para ele. Com o passar do tempo, ocorre entre os dois uma mistura esquisita de sentimentos e afinidades. Ora ele se porta como pai, ora a trata com lascivo desejo, ora ela o trata como lixo e ora como namorado perfeito. É extremamente confuso, como o relacionamento de uma menina de doze anos e um homem nos seus quarenta deve(ria) ser.

Rejeitado por diversas editoras antes de ser postado, Lolita de Vladimir Nabokov tornou-se famoso por seu tema polêmico e por sua estrutura literária, que foi transformado em dois filmes: o de 1962 e o de 1997, estrelado por Jeremy Irons como Humbert e Dominique Swain como Lolita (extremamente fiel). Excelente para, claro, quem não tem a mente fechada de isso é pecado, quem ler esse livro vai pro inferno bla bla bla, até porque não é nenhuma bibliografia ou algo do tipo. Digníssimo de se ler.

Se você se interessou por esse livro, adquira-o no sebo. É muito barato. Sério.

7 comentários:

Na minha opinião, esse é um livro de um sem vergonha que não tem o mínimo pudor em dissimular uma idéia tão abominável como a pedofilia de uma forma "romântica", tentando em vão justificar a sua DOENÇA na froma de um livro banal e sem objetivos. Essa obra só pode ser classificada com o seguinte termo: ABOMINÁVEL.

calaboca esquisitão

COMPREM ESSE LIVRO!11!1!1!

Eu adoro ler, e esse é o meu livro favorito. Não sou a favor da pedofilia como muitos pensam, mas esse livro vai muito alem dessa questão. Seria Humbert um pedofilo, um doente mental ou um homem apaixonado? É muito dificil decidir por uma coisa só durante a leitura. Gostei do seu comentario dizendo que o filme com o Jeremy Irons é muito fiel, pois concordo plenamente.
Me adicione no msn se quiser conversar sobre livros.

grata supresa encontrar esse post no ocioso, sendo que anti-ontem acabei a leitura de lolita.
É um livro fascinante, não incentiva a pedofilia mostra o ponto de vista de um doente e os problemas dele e da sua "adorada" lolita.
o achei perfeito.

qdo vi o nome LOLITA, nao resisti.
é um ótimo livro, recomendo!

sobre o preço...comprei o livro por 1 real no sebo.

Acho que chega a ser hipocrisia falar que um homem com 40 e poucos anos com uma garota de 14 anos é pedofilia... O mundo real de hoje está bem assim, e as ditas "menininhas" estão até assustando os homens, com 14 anos meninas já são mulheres com pensamentos e opiniões formadas em diversos assuntos,inclusive sexo, sabem o que querem e o que gostam, não são pobres coitadas que se deixam levar. O livro é maravilhoso e não me canso nunca de ver o filme, é o tipo de história que põe em dúvida opiniões, embaralha a mente, faz pensar mesmo. Parabéns pelo post, excelente!

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