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terça-feira, 8 de março de 2011

Coluna Livrística: Eu sou o mensageiro

Já que (ainda) estamos no Carnaval, um momento super legal do ano e que todo mundo está se divertindo a valer, vamos falar sobre um livro supimpa que nos remete a essa época de inimaginável alegria!

“O Livro de Ouro do Carnaval Brasileiro”

NÃO.

O post seria sobre A Menina que Roubava Livros, mas eu acho que meu exemplar resolveu dar uma volta pra não voltar, então vai ser sobre Eu Sou o Mensageiro, que é do mesmo autor, Markus Zusak. A história é sobre Ed Kennedy, um cara chato de tão comum, no alto dos seus dezenove anos. Sua mãe é uma amarga, seu emprego é um lixo e seus amigos são fracassados. Ele também tem um cachorro fedorento que toma café com ele. E ele é pateticamente apaixonado pela amiga que nunca vai sequer olhar pra ele. Coitado.

Eu estou sempre me perguntando ‘E aí, Ed, o que você fez de útil nesses 19 anos de vida?’ A resposta é simples:

Porra nenhuma.

Até que um dia, no mais puro ato de coragem (mentira, ele não raciocinou direito), Ed impede um assalto no banco que estava. Aí sua vida muda. Ele não vira um super herói ou recebe uma iluminação divina pra ajudar os pobres, Ed começa a receber cartas anônimas, cartas de baralho com, no máximo, um endereço. Pra fazer o que? Com quem? Por que? Ele só sabe se for. E ele acaba indo.

Até que seria bem maneiro alguma coisa do tipo: ‘TAXISTA VIRA HERÓI’, mas é bem provável que eles publiquem algo assim: ‘ MALANDRO TOMA VERGONHA E FAZ ALGUMA COISA QUE PRESTE’.”

As “missões” de Ed acabam sendo diversas, desde escutar uma velhinha que lhe confunde com um ente querido a um pai violento que bate na mulher e nos filhos. Repito, ele não vira um super herói, ele é ainda o fracassado descrito no início do livro. A única diferença é que ele não é mais tão fracassado assim. Não, pelo menos, pras pessoas que ele acaba conhecendo e ajudando.

“– Você é algum tipo de santo?

Aqui dentro, eu dou uma risada. Eu? Santo? Faço uma lista do que sou. Taxista. Vagabundo da redondeza. Modelo de mediocridade. Um desastre sexual. Péssimo jogador de cartas.”

Assim como em Menina que Roubava Livros, Markus Zusak não está muito interessado em escrever de forma formal e ser culto em seus termos. Há bastante palavrão e falas comuns ao cotidiano que tornam o livro bem fácil de ler. É muito viciante e você passa de um capítulo pra outro (onde os números são a sequência das cartas do baralho) voando. O único porém, talvez, é o final –NÃO, EU NÃO VOU CONTAR. – que não é tão digno quanto o livro todo foi. Funciona mais como um anti clímax, aquele botão ‘para destruir tudo aperte aqui’ do que a longa batalha de se destruir tudo sem um botão.

Mesmo assim, é um livro que não tem a presunção de passar moral alguma e, assim sendo, funciona. Na verdade, é uma jornada de autoconhecimento que você pode levar para sua vida. Ou não. Assim como o Ed, você tem o poder de fazer suas próprias escolhas.

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4 comentários:

Sempre gostei das críticas literárias do blog, mas muito me decepcionou que esse livro fosse apresentado aqui de uma forma mais otimista. É um livro que deveria ser classificado no máximo como literatura infantil (claro, se tirassem os palavrões que o autor colocou ao longo do livro pra fazer a obra parecer um pouco mais interessante). É uma história sem pé nem cabeça, mostrando a vida de Ed se tornar algo bom assim, do nada. É algo impossível de se imaginar que possa acontecer na vida real. Li "A Menina que Roubava Livros" diversas vezes, e não dá pra acreditar que tenha sido o mesmo Zusak que tenha escrito "Eu sou o Mensageiro". Um livro que apesar de forçado, é fraco. É um livro que, se lido por alguém mais jovem, pode até significar algo (mesmo que superficial). Mas pra quem procura uma obra literária que realmente chame a atenção e passe uma mensagem, seja ela qual for, essa definitivamente não é a pedida certa.

"Mesmo assim, é um livro que não tem a presunção de passar moral alguma"

Foi o que eu disse :)

E, por sinal: "Mas pra quem procura uma obra literária que realmente chame a atenção e passe uma mensagem, seja ela qual for, essa definitivamente não é a pedida certa." Acredito eu que só reforçei a sua idéia, não? Eu sou do tipo de pessoa que procura um livro que tenha algo de interessante por trás, não um que seja vazio materialmente falando. Afinal, se fosse pra ler apenas pelo simples fato de exercitar o verbo "ler", eu leria um quadrinho da Turma da Mônica, ou algo do tipo.Teria o mesmo significado do que esse livro. :)

"O único porém, talvez, é o final –NÃO, EU NÃO VOU CONTAR. – que não é tão digno quanto o livro todo foi. Funciona mais como um anti clímax, aquele botão ‘para destruir tudo aperte aqui’ do que a longa batalha de se destruir tudo sem um botão."

Nossa, quando eu li isso eu parei. Foi exatamente isso que eu pensei. Achava que o final não precisava daquilo. Acho que bastava não ter colocado o penúltimo capítulo e tava até ok, mas...
Acho que esse foi o grande erro de Zusak.
Foi instantaneo. O livro que eu amava até segundos atrás por todo o seu desenvolvimento sumiu e deu lugar a um livro sem noção e um Ed que eu desconheço.
Decepção do ano.

Obs: Me perdoe por vir desabafar logo aqui, mas foi sua opinião que me inspirou a isso.
Obs2: Parabéns! Ótimo texto.

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