Coluna Livrística: Sinal de Alerta

É um romance de espionagem escrito por Nicholas Cage Guild e tem como plano de fundo o ano de 1941 e a Segunda Guerra Mundial. Como grande suspense da trama, o autor brinca com uma das teorias conspiratórias mais famosas do mundo: de que os EUA sabiam (ou poderiam vir a saber) do ataque do Japão a Pearl Harbor. No livro, um documento é mandado pelo Alto Comando Nazista a Roosevelt que “avisa” sobre a proximidade e os planos de ataque japonês. Esse documento acaba parando nas mãos de David Steadman, nosso herói.

“Hitler sabia disso e estava tentando impedir que os Estados Unidos entrassem na guerra da Europa, o que seria a consequência inevitável desse ataque, e a Inglaterra estava tentando impedi-lo, porque já estava lá nessa guerra.”

David Steadman é um americano, filho de um renomado empresário, que desde adolescente percorre o mundo como soldado, desde Madri e Portugal a Estocolmo, missão a que foi recrutado através de uma antiga amiga (?), Karen Windermere. Karen é assistente da gerência no Ministério da Inteligência, em Londres, e somente começou a trabalhar ali depois que seu marido voltou incapacitado da guerra e não a suportava mais, trocando-a por uma vida no campo. Os dois são mandados para a até então desconhecida missão pelo chefe de Karen, que tem segundas, terceiras e quartas intenções com esse feito.

“Ela continuava habitante da cidade dos mortos e o passado não tinha voltado. Havia apenas o presente, sem futuro, os prédios demolidos, a comida horrível, o trabalho, exaustivo e confuso, e a luta.”

O livro apresenta também Egon Weinschenk, capitão do Departamento de Segurança da SS, o contraponto da história. De início como “protetor” desse documento, uma vez interceptado ele vai em busca do americano em uma eletrizante aventura com sua turminha nazista!.

“Além disso, o capitão Weinschenk não era homem para se confiar tarefas muito importantes. Bem, mas isso era a SS. Era um clube privado a serviço das conveniências dos sócios mais antigos.”

Sinal de Alerta tem um ritmo certo para a espionagem, com uma mistura em bom tom de descrição, narração e suspense. É difícil parar no meio do capítulo (ou no meio da história). Tem ênfase mínima no romance, mas o que tem é uma gracinha. Os bastidores políticos da guerra nunca foram mais perigosos.